Quando ela acordou faltavam ainda largos minutos para a hora que ambos tinham acordado na madrugada anterior, quando se deitaram, pelo que se deixaram ficar na cama envoltos no lençol e nos braços um do outro.
As palavras eram sussurros quase inaudíveis, os olhares esse gritavam desejo aos 7 ventos e eles mantiveram-se naquele silêncio ensurdecedor até ao "beep" do despertador, que foi rapidamente silenciado. Concordaram ficar apenas mais 10 minutos ali, no mundo que só a eles pertencia. Para eles parecia que o tempo tinha parado, ambos queriam ficar ali o resto do dia, envoltos nos braços um do outro, onde o único barulho que se fazia ouvir eram as suas gargalhadas entre um beijo e outro. Imaginaram tantas coisas, fizeram tantos planos e brincaram tanto um com o outro que já nada lhes interessava, os lençóis tinham virado um mundo só deles, onde só cabiam outros nomes a espaços bem largos de tempo e com a mesma velocidade que apareciam desapareciam de novo.
E foram repetindo aquela frase - "Só mais 10 minutos", tantas vezes que a manhã solarenga de Inverno que estava lá fora deu lugar a uma tarde mais característica da estação.
Passavam já das 14h quando ele saiu de casa dela, tendo demorado perto de trinta minutos para se despedir, ele tinha deixado para trás uma noite e uma manhã repletas de emoções e sensações para na noite seguinte voltar a encontrar tudo aquilo de novo, o que ele não deixou mais nesse dia foi o sorriso "parvo" que levava consigo na cara.
E garanto-vos, o sorriso, esse demorou bem mais de "10 minutos" ou até mesmo 10 dias para sair daquela face, por norma séria e enigmática.
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