segunda-feira, 17 de março de 2014

Confrontos

Chega a uma altura que não sabes que fazer
Se levantar o rosto e em frente seguir
Se ficar a limpar lágrimas em modo repeat
A força vai e vem sem avisar, sem nada dizer

Bater no fundo é uma constante
Já me sinto ofegante
Que caminho tão longo para percorrer
E eu sem forças para me mover
Hei-de me levantar
Mover-me sem parar

Passar obstáculos como se não existissem
Continuar a chorar como se não me vissem
Porque o melhor sitio para nos escondermos
É a vista de todos, sem nada temermos

Quem se habitua ao teu sorriso
Esquece os dias de lágrimas pelos quais passaste
Esquece todos os momentos duros que enfrentaste
Ataca-te de caras, sem dó nem piedade
E lá se vai o teu momento de sobriedade

A calma aparente
Desaparece com a mesma velocidade com que aparece
Voltas a perder-te nos cantos recônditos da tua mente
Até que um dia, isso se esquece

Oceano

Consigo perder-me nos meus pensamentos
No Oceano que existe em mim fico inundado
Afundo em águas passadas
Fico atolado em ideias vagas
Parado na frente da rebentação
Ouço ao fundo o bater de um coração

Será o meu?
Será que, lá no fundo, ele ainda bate?
Ouço várias vozes, parece um ataque
Sinto-me em guerra, um soldado no meio da batalha
Procuro algo que ainda me valha

Vejo o Sol levantar-se todas as manhãs
Vejo-o a dar o seu espaço para Lua brilhar
Nunca se tocam, no entanto, parece uma história de encantar
Ele faz o papel de herói e ela de donzela em apuros
Cedem o seu espaço e ficam a observar o brilho do seu oposto
Parece que fazem o suposto,
O necessário para o outro amar!